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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Monólogo Escrito


Nunca tive o hábito de observar. Na minha cabeça tudo era denoto. Eu via apenas o necessário. Sem questionar nada eu vivia. O silêncio bastava. O monólogo para a fala egoísta, era a certeza que o tempo passava. Mas eu nunca liguei para isso mesmo.
Não sei pensar na vida. Só sei vive-la. E isso já é muito. Deixo as analises pessoais e viscerais para Machado e Freud. Talvez as ideias deles sejam mais otimistas e menos conservadoras do que as minhas.
Pouca complexidade, eu desejo para os meus problemas. Para a minha insônia eu desejo um café . E para o meu egoísmo eu não desejo nada.
Como um ultimo suspiro, escrevo , para não esquecer que um dia , eu fui uma pessoa menos hostil, que via o sol como um inicio de uma metáfora. E que via a vida de forma trivial e não como uma efemeridade do tempo.
Escrevo de propósito . Escrevo com um objetivo.
Escrevo, com a esperança de um encontro.
Um encontro do que eu sou e o que fui.


A certeza na frente , a História na mão.


 

Acordei e vi restos da chuva , camuflando a janela quebrada. O cenário visto , pela janela era uma sobra de uma onda nefasta. Parecia que já havia visto aquilo.
A curiosidade obedeceu o ímpeto. Olhei pela janela, e vi plebeus derrubando reis. Vi 'sans cullotes' avançando a Bastilha. Vi guilhotinas, vi militares abafando o grito de justiça e igualdade.
As... revoltas, as ditaduras, as alianças, a inflação, os impostos, o canhão, a censura , o ''plim plim''.
Não tem como não se remeter ao passado. Quem tem memória é que sabe, que de efêmero é só o tempo. Os governos e os homens são os mesmos. O que nós damos hoje não passam de sinônimos para justificar tal progresso.
….................
Acabo de ser atingida . Não por bombas de gás lacrimogêneo, mas pelo orgulho de ver que os plebeus acordaram sedentos por mudança. Mudança essa, que não custa só 20 centavos. Custa dignidade.
Não queremos pagar, nem queremos o troco, trocador. Queremos infraestrutura ! O Brasil não é o primo tão pobre assim. Ele é rico. Isso mesmo. RICO. Não foi  por acaso que o Governo Português pediu ajuda ao Brasil para superar a crise econômica, nesta semana.
Pena que o seu tesouro é segurado por poucas mãos.
Quem diz isso , quem despertou , quem foi para a rua, não foi uma ''cambada'' de vandâlos , rebeldes e alienados -porque sempre os mesmos adjetivos mídia ?- .
Mas sim pessoas, cansadas de ouvir os mesmos discursos indutivos. A casa não está arrumada. Não é porque abasteceu a geladeira ou que arrumou o sofá para a grande festa, que não tem farelos debaixo do tapete.
Fazer grandes “obras” é fácil , difícil é fazer o pouco , é consertar o que não se fala, o que é do outro , o que está escondido.
Despertamos.
Será que o rei vai para a “guilhotina”?
E a constituição?
E os impostos?
E os direitos?
E o pão?
E agora , José?
E agora governo?
E agora Brasil?