Nunca
tive o hábito de observar. Na minha cabeça tudo era denoto. Eu via
apenas o necessário. Sem questionar nada eu vivia. O silêncio
bastava. O monólogo para a fala egoísta, era a certeza que o tempo
passava. Mas eu nunca liguei para isso mesmo.
Não
sei pensar na vida. Só sei vive-la. E isso já é muito. Deixo as
analises pessoais e viscerais para Machado e Freud. Talvez as ideias
deles sejam mais otimistas e menos conservadoras do que as minhas.
Pouca complexidade, eu desejo para os meus problemas.
Para a minha insônia eu desejo um café . E para o meu egoísmo eu
não desejo nada.
Como
um ultimo suspiro, escrevo , para não esquecer que um dia , eu fui
uma pessoa menos hostil, que via o sol como um inicio de uma
metáfora. E que via a vida de forma trivial e não como uma
efemeridade do tempo.
Escrevo
de propósito . Escrevo com um objetivo.
Escrevo,
com a esperança de um encontro.
Um
encontro do que eu sou e o que fui.